Município emancipado em 10 de abril de 1935, foi praticamente colonizado e ocupado por fluminenses de Cantagalo e imigrantes europeus, principalmente os italianos.
A história de Baixo Guandu está diretamente ligada ao pioneirismo que marcou o começo do século XX na região do vale do Rio Doce. Os trilhos do primeiro trem chegaram em 1907 e somente daí as atividades econômicas foram intensificadas. A madeira abundante era retirada e levada pelos comboios à Capital.
Segundo depoimento de bandeirantes e viajantes que percorreram o baixo do Rio doce desde a segunda metade do século XIX até os meados do século passado, os índios botocudos filhos da terra eram senhores da região compreendendo entre o Rio Doce e o Rio São Mateus.
Os colonos estrangeiros se estabeleceram no vale do guandu e outros no ribeirão do Lage. Em ambas as margens, há, ainda hoje, sinais marcantes da herança europeia no município.
Como que se tivesse havido o desejo de reparar a supressão do Distrito de Baixo Guandu, o Presidente Henrique da Silva Coutinho criou a colônia em 1905, compreendendo esta à área não legítima do Vale do Guandu, até os limites com o município de Afonso Cláudio e comMinas Gerais. Repartida e doada a porção em lotes, estes foram vendidos aos colonos italianos, franceses e espanhóis neles lotados.
A primeira penetração no território do Baixo Guandu, antiga jurisdição do município de Colatina, ocorreu em 1875, quando o major José Vieira de Carvalho Milagres, veterano da Guerra do Paraguai, chega à confluência do rio Doce o rio Guandu e ali estabelece o núcleo que deu origem à cidade.
A colonização da região, iniciada pelo major Milagres, teve sua base sedimentada no trabalho de imigrantes europeus de várias procedências, localizada no núcleo colonial de Afonso Pena, hoje Ibituba.
Imigrantes italianos
Os imigrantes italianos entraram em Baixo Guandu em 1866 por iniciativa de Francisco Vieira de Carvalho Milagres. A Província do Espírito Santo, de 2 de junho de 1866, noticiava que o Sr. Carvalho Milagres escrevera ao seu amigo Guilherme Frederico, anunciando a partida deGenova, com quarenta contratados. Dias depois, chegava, de fato, ao Rio de Janeiro, com quarenta italianos, para suas terras no Rio Doce (5 de junho de 1866).
O fazendeiro e colonizador Francisco Vieira de Carvalho Milagres voltou à Europa, em 1894, a fim de trazer mais trabalhadores para suas terras. Os imigrantes chegaram no Matteo Bruzzo, conforme o noticiário do Estado do Espírito Santo, de 8 de dezembro do mesmo ano e, dia 10, seguiram para Rio Doce, e, de lá, tomaram seu destino, onde até hoje, encontram-se seus descendentes.
[editar]Diversos
Baixo Guandu foi a primeira cidade brasileira a receber água tratada com flúor em 1953, com o intuito de diminuir a incidência de cáries, principalmente entre as crianças.[6]
[editar]Igreja Matriz de São Pedro
Na segunda metade do século XIX, há relatos de que o povoado do Guandu recebeu a visita do padre Francisco de Paula Telles e dos capuchinhos Bento de Búbbio e Miguel do Amor Divino. Logo veio a construção da primeira capela, em 1887, na atual Praça Getúlio Vargas.
Em 1917, a comunidade passou a fazer parte da paróquia de Colatina. Vinte anos mais tarde, por determinação do bispo Dom Luiz Scortegagna, aos 26 de junho, Baixo Guandu foi elevada à categoria de paróquia. A instalação se deu pelo monsenhor Luiz Cláudio de Freitas Rosa, empossando seu primeiro vigário, padre Aristides Taciano, recém ordenado sacerdote.
Foi padre Aristides que iniciou a construção da igreja matriz da nova paróquia, em 1942. Muitos criticaram o tamanho do templo, mas o sacerdote dizia que eles estavam construindo uma igreja para daqui a 50 anos.
Em 1944, padre Alonso Benício Leite assumiu a paróquia, zelando pela construção da matriz. Com o apoio e a participação dos leigos, fez crescer os movimentos religiosos, atuou no setor social, principalmente na educação e fundou a Ordem “Milícia de Cristo”. Em 1950, também inaugurou a Escola Paroquial.
Em 1990, passou a pertencer à Diocese de Colatina. De 1991 até 2004, diferentes padres administraram a Paróquia São Pedro: padre Marcelo Luiz Basoni, padre Carlos Afonso Sperandio, padre Arthur Francisco Juliatti dos Santos e padre Jésus Bento Fioresi. Desde 2005, o pároco desta paróquia é o padre Neil Joaquim de Almeida, que administra 33 comunidades.
[editar]Economia
Essencialmente primária, a agropecuária, o cultivo do café e a exploração de rochas ornamentais como o mármore e o granito são as bases de sua economia. Possui um setor terciário relativamente desenvolvido, contudo direcionado ao mercado local. Apesar de atualmente serem insignificantes para a sua economia, o município possui potencial para o turismo e a indústria.
A cidade abriga duas das maiores hidrelétricas do Espírito Santo, apesar de não serem de grande porte. Uma no distrito de Mascarenhas, inaugurada em 1974, e a outra, mais recente, em conjunto com Aimorés e Itapina.
[editar]Ferrovia Vitória a Minas
A cidade é uma das atravessadas pela Estrada de Ferro Vitória a Minas, uma das mais antigas e extensas ferrovias na ativa de transporte de cargas e pessoas do Brasil